Almanaqueiras: ou não queiras.

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quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

SAUDADES DO AÇUDE SENADOR EPITÁCIO PESSOA


Sangradouro do Açude Grande de Cajazeiras

No encontro que ocorreu no mês de dezembro passado na capital federal, quando a “Associação dos Cajazeirenses e Cajazeirados em Brasília – DF – AC2B” exibiu o filme de Eliézer RolimO Sonho de Inacim”, tivemos a oportunidade de relembrar, com extremada nostalgia, as experiências, os estudos, as amizades, as figuras folclóricas de nossa “Cajazeiras de Amor”.

No domingo seguinte fomos saborear um suculento churrasco na casa de Ubiratan e novamente outras recordações e lembranças foram feitas, naturalmente, como tema inspirador, a Terra de Pe. Rolim. O programa “Trem das Onze” levou, a todos, um pouco daquele calor cajazeirense.

Forte, também, foi ouvirmos, como início dos trabalhos, o conjunto Los Bembens! Tocando e cantando o hino da Paraíba “Meu Sublime Torrão”: “... Paraíba hospitaleira,/ Morena brasileira,/ Do meu coração”. Eita que aí arrupiou até o cabelo do relógio (é o novo!).

Lá pelas tantas, Eduardo Pereira começou a entrevistar os cajazeirenses sobre qual é o local, o monumento (ou algo equivalente) de Cajazeiras que o conterrâneo escolhia como referência, devendo fazer uma resposta justificada. Segundo ele, em breve fará um relato a respeito dessa “enquete”, o quê já estamos aguardando, ansiosamente.

Na minha ótica indiquei o Açude Grande, destacando que na infância o festejo meu e de meus irmãos menores – Jacinta e Luciano -, era irmos buscar, em galões, a água para a lida diária. Naturalmente que o mergulho naquelas águas surgia como um brinde.

Ao chegarmos em casa colocávamos um pano na “boca” do pote e jogávamos a água naquele reservatório, e com essa primeira filtragem, selecionávamos os “cabeças de prego”, hoje, talvez, conhecidas como mosquitos da dengue.

Ainda justifiquei que de certa forma tive frustração, quando entre 1965 e 1966, aquela gostosa tarefa foi interrompida com a chegada do abastecimento de água. As ruas da cidade foram esburacadas para a colocação dos canos por onde passaria a água potável, desta feita vinda do Açude de Engenheiro Ávidos, o Boqueirão.

Buscando na internet dados para encorpar este texto identifiquei que um grupo de estudiosos (da Universidade Federal de Campina Grande, Suely Costa, mestre em Recursos Naturais; José Cesário, doutor em Ciências Biológicas e Manoel Filho, dou-tor em Recursos Naturais; juntamente com Sinthya Pinheiro, turismóloga da Federal do Rio Grande do Norte e Susanne Silva, doutoranda pela Universidade do Vale do São Francisco), apresentou no V Encontro Nacional da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ambiente e Sociedade, em outubro de 2010, na cidade de Florianópolis – SC, um robusto trabalho chamado “Meio Ambiente e Açude Grande: Um Estudo de Representações Sociais Com Usuários do Reservatório da Cidade de Cajazeiras/PB”.

Lendo o mencionado texto descobri que a nossa pequena/grande represa dágua, construída em 1915, nas terras de Vital Rolim, na verdade foi registrada como “Açude Senador Epitácio Pessoa”, mas por todos é e continuará sendo o “Açude Grande”.

Zé Filho, um cajazeirense radicado em Porto Velho-RO.

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