Almanaqueiras: ou não queiras.

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terça-feira, 9 de novembro de 2010

PRIMEIRO SINAL DE TV EM CAJAZEIRAS

O Cristo Rey e suas antenas. Cadê a antena de 'seu' Maciel?




Lendo artigo de Eduardo Pereira neste blog,  sobre a chegada da televisão em Cajazeiras, presto testemunho que as primeiras imagens da tevê em nossa cidade, chegaram através do senhor Maciel Pereira Batista – pai de Dr. Francisco Pereira Xavier (Dr. Xavier). Isso foi no ano de 1969. Lembro-me muito bem que seu Maciel levou para o alto do Cristo Rey vários aparelhos e antenas de diversos tamanhos e, lá, com muito esforço e sacrifício, ele conseguiu captar imagens da TV Ceará, Canal 2 de Fortaleza.

Fui um privilegiado em Cajazeiras, entre outros jovens, ao assistir as primeiras imagens que chegaram à nossa cidade. Esse trabalho era realizado sempre à noite, devido ao horário ser melhor para captar as imagens, que inicialmente  eram muito ruins, tinham muito chuvisco na telinha e com pouca visibilidade.

Seu Maciel mexia bastante nas antenas e nos aparelhos. Ia pra lá, vinha pra cá, passava as mãos nos cabelos com aquele ar de se pensar:  – “uma hora eu consigo a imagem”. Nós ,jovens, ficávamos sentados no chão na frente do aparelho de tv, acompanhando o movimento de seu Maciel e sempre na expectativa de a qualquer hora poder assistir um pouco de filme, ou de um noticiário, ou de uma novela.  Quem sabe! Dias se passaram e, naquele mexe aqui, mexe acolá, mexe lá, mexe cá, mexe na direita, mexe na esquerda, mexe pra frente, mexe pra trás, mexe em cima, mexe em baixo, mexe de lado... Era tanto mexe-mexe nas antenas, na parafernália, e no aparelho de TV que apareceu o que todos esperavam. A imagem estava limpa, em preto e branco, e todos gritaram de alegria. A partir daí, todos calados, de olho na teli nha, feição de alegria, e devido ao escuro da noite do alto do Cristo Rey,  mais a intensidade da luminosidade da tela em preto e branco se destacava, fazendo com que seu Maciel pensasse:  “ Valeu a pena”. Portanto, sou testemunho do esforço que ele fez em conseguir tudo isso.

Em algumas praças de Cajazeiras foram instalados aparelhos de TV - como na lateral da Rodoviária Antônio Ferreira - que ficavam dentro de caixas metálicas a uma altura mais ou menos de dois metros, fixadas em torres de ferro. Essas caixas metálicas tinham proteções  com tampas e cadeados. Como na minha casa não tinha televisão, eu gostava de assistir tv na Rodoviária, porque lá tinha o movimento dos ônibus que chegavam e saíam da cidade, bem como tinha o movimento das pessoas, que iam para lá assisti o embarque e desembarque de passageiros, e tinha t ambém as meninas, principalmente da Rua Desembargador Bôto, que iam para serem paqueradas.

Lembro-me que o meu irmão Toinho, ao concluir o ginasial, sua turma foi pra Fortaleza fazer uma excursão e chegando lá, um dos locais que eles conheceram na Capital alencarina, foi a sede da TV Ceará Canal 2, onde conheceu todo complexo de como funciona os estúdios de um canal de televisão. Chegando em casa, após o passeio, foi explicar pra nós tudo que viu na TV Ceará Canal 2. Eu trabalhei durante seis anos (de 1981 a 1987) na TV Globo de Brasília e sei da dimensão que tem um canal de televisão, principalmente do porte da Globo. Não sou Bozó mas trabalhei na Globo. Lembram do personagem Bozó do programa Chico Anísio Show? Ele sempre dizia: “trabalho na Globo”.

PEREIRAFILHO
Radialista
Brasília–DF
jfilho@ebc.com.br

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