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sexta-feira, 21 de julho de 2017

Lustosa da Costa

Lustosa da Costa: jornalista que elevou o nome de Cajazeiras


José Antonio de Albuquerque

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Cajazeiras é uma cidade que tem servido de berço para muitos brasileiros ilustres, que por diversas circunstâncias tiveram que “ganhar o mundo”, vencer na vida e projetar o nome da terra que lhes serviu de berço.

Um dos exemplos é Francisco José Lustosa da Costa, nascido em 10 de setembro de 1938, mais conhecido como Lustosa da Costa, era jornalista, escritor, poeta, editor, professor e imortal pela Academia Brasiliense de Letras. Faleceu em Brasília no dia 03 de outubro de 2012. 

Ele era filho de Francisco Ferreira da Costa, natural de Fortaleza e Maria Dolores Lustosa da Costa, que nasceu em Ipaumirim, no Ceará, ambos funcionários federais. Dolores estudou e concluiu o curso de Normalista do Colégio Padre Rolim, no ano de 1931, cuja solenidade de diplomação foi a mais prestigiada em toda a História da Educação de Cajazeiras, porque dela participaram três governadores: Antenor Navarro, da Paraíba; Capitão Hercolino Cascardo, do Rio Grande do Norte e o Capitão Roberto Carneiro Mendonça, do Ceará, além do prefeito da Capital José Borja Peregrino e mais uma dezena de autoridades. Foram diplomadas: a poetisa Ana Sales de Brito, Benedita Ditosa Mangueira, Clotilde Guimarães Coelho, Joana Vieira da Costa e Maria Dolores Lustosa. Neste tempo professor tinha prestigio. 

“Maria Dolores teve uma participação muita ativa e vibrante em Cajazeiras, sendo redatora da mais importante revista que Cajazeiras teve na década de 20: Flor de Lis”, comandada só por mulheres e hoje tem sido uma das referências culturais da cidade e está servindo para teses de mestrado e doutorado. 

Lustosa nasceu na residência dos avôs, à Avenida Presidente João Pessoa. No final da década de trinta, os pais de Lustosa da Costa se transferiram de Pombal para Sobral. Num curto período de residência em Cajazeiras, nasceu o primeiro filho. O jornalista teve sua infância na cidade cearense de Sobral e depois foi morar em Fortaleza, onde estudou e concluiu o curso de Direito.

As ligações de Lustosa da Costa com Cajazeiras aconteceram através do seu avô, Crispiniano Figueiredo Lustosa, Seu Piano, como era mais conhecido, era natural de Patos e residiu em Cajazeiras durante de 50 anos. Foi comerciante do ramo de tecidos e sua loja era a “A Nortista” e proprietário de terras no vizinho estado do Ceará. Da filha Maria Dolores Lustosa da Costa, nasceu o jornalista Lustosa da Costa.

É sobre seu tio, Assis Piano, pessoa das mais queridas em Cajazeiras, que tem uma referência mais forte e sobre ele fez esta narrativa à imprensa de Cajazeiras: “cabo eleitoral, amante das boas coisas da vida. Das mulheres, do jogo, da bebida, dos comícios, não sei em que ordem de referência”. 
Em Cajazeiras tinha ainda as tias Maria do Socorro Lustosa e Maria José Lustosa, conhecidas como as “irmãs Lustosas”, que residiram durante décadas ao lado da prefeitura municipal de Cajazeiras, eram professoras e daqui nunca se ausentaram.

O casal teve 13 filhos. O único cajazeirense é Lustosa da Costa. Os outros nasceram em Sobral e Fortaleza, entre eles, o ex-deputado federal e ex-ministro Paulo Lustosa.

Tive o prazer de conhecê-lo em 2000, quando da realização aqui em Cajazeiras, do Fórum de Radiojornalismo da Paraíba, evento que abriu as comemorações do Bicentenário de Nascimento do Padre Rolim, coordenado e presidido por Edme Tavares, que trouxe para a nossa cidade um filho ausente, que se considerava desgarrado, mas que tem a origem na cidade e uma história identificada com seu povo. Fui seu leitor assíduo quando escrevia no Diário do Nordeste.

A sua participação no Fórum de Radiojornalismo proporcionou a oportunidade para se discutir a sua origem, relembrando fatos e pessoas que marcaram Cajazeiras e contribuíram para o seu crescimento e despertou a cidade sobre a importância de alguns filhos ilustres, que estão distantes, mas que honram e elevam as tradições religiosas, educacionais e culturais da terra do Padre Rolim.

Jornalista profissional desde 1954, tendo iniciado suas atividades no Correio da Semana, em Sobral, estado do Ceará, principal cenário dos vinte e oito livros que publicou inclusive dois em Portugal, “Vida, paixão e morte de Etelvino Soares” e “Clero, nobreza e povo de Sobral. Foi repórter no jornal Estado de São Paulo e colunista no Correio Brasiliense e até a sua morte do Diário do Nordeste. A biografia de Lustosa é muita rica culturalmente e marcada pelo trabalho e realizações. É um nome que eleva a nossa querida cidade e que merece o nosso aplauso.

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