Almanaqueiras: ou não queiras.

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domingo, 1 de janeiro de 2017

O ano será bom ou ruim?

Livres ou marionetes?
O rio da transformação desacelera e chega ao calmo fluxo da planície cotidiana


Leandro Karnal 


Janus era o deus com dupla face no mundo antigo. Contemplava direções opostas. Ele batiza o monte Janículo em Roma, onde está enterrada Anita Garibaldi (a heroína de dois mundos no monte do deus de duas faces). Janus também orienta o nome do mês de janeiro que está alvorecendo. É o deus de começo e fim, de passado e futuro, dos momentos de transição como o que estamos agora.

Janeiro é bifronte. Estão frescas as memórias de Ano Novo. Desejamos um ser novo daqui para a frente. Perderemos peso, aprenderemos línguas, guardaremos dinheiro, visitaremos mais os amigos. Então, chega a festa de Reis, 6 de janeiro, limite do ímpeto transformador. O rio da transformação desacelera e chega ao calmo fluxo da planície cotidiana de 2017. Como diz meu querido Hamlet no seu monólogo, a consciência nos torna covardes e o ânimo mais resoluto se afoga na sombra do pensar. Decidimos pela ação e o cotidiano a dilui. O soluto da vontade se entrega ao solvente dos dias intermináveis e do cotidiano desgastante.

O ano será bom ou ruim? Entramos no campo cediço do acaso. A Fortuna romana era a deusa do acaso. Os gregos a chamavam Tique. Nossas vidas serão regidas pelo aleatório. Às vezes parece que sim. O Romeu de Shakespeare brada ao espaço ser um joguete do destino. A grande Bárbara Heliodora prefere traduzir “I am fortune’s fool” por “eu sou palhaço dos fados”.

Janus era o deus com dupla face no mundo antigo. Contemplava direções opostas. Ele batiza o monte Janículo em Roma, onde está enterrada Anita Garibaldi (a heroína de dois mundos no monte do deus de duas faces). Janus também orienta o nome do mês de janeiro que está alvorecendo. É o deus de começo e fim, de passado e futuro, dos momentos de transição como o que estamos agora.

Janeiro é bifronte. Estão frescas as memórias de Ano Novo. Desejamos um ser novo daqui para a frente. Perderemos peso, aprenderemos línguas, guardaremos dinheiro, visitaremos mais os amigos. Então, chega a festa de Reis, 6 de janeiro, limite do ímpeto transformador. O rio da transformação desacelera e chega ao calmo fluxo da planície cotidiana de 2017. Como diz meu querido Hamlet no seu monólogo, a consciência nos torna covardes e o ânimo mais resoluto se afoga na sombra do pensar. Decidimos pela ação e o cotidiano a dilui. O soluto da vontade se entrega ao solvente dos dias intermináveis e do cotidiano desgastante.

O ano será bom ou ruim? Entramos no campo cediço do acaso. A Fortuna romana era a deusa do acaso. Os gregos a chamavam Tique. Nossas vidas serão regidas pelo aleatório. Às vezes parece que sim. O Romeu de Shakespeare brada ao espaço ser um joguete do destino. A grande Bárbara Heliodora prefere traduzir “I am fortune’s fool” por “eu sou palhaço dos fados”.

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