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quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

eu sabia: é a cabeça, irmão... é a cabeça, irmão.

Você defende a todo custo suas ideias políticas? Pode ser culpa do cérebro

Do UOL, em São Paulo
  • Getty Images/iStockphoto
Em tempos de importantes acontecimentos políticos todas as opiniões parecem ter ficado mais acirradas? Deu até briga na ceia da família ou nas redes sociais? Existe uma razão científica para que algumas pessoas defendam tão fervorosamente suas crenças pessoais.
De acordo com um estudo liderado pela Universidade do Sul da Califórnia (EUA), quando as crenças políticas das pessoas são desafiadas, seus cérebros se tornam ativos em áreas que governam a identidade pessoal e as respostas emocionais às ameaças.
Os neurocientistas recrutaram 40 pessoas que se declaravam liberais e examinaram, por meio de ressonância magnética, como os cérebros responderam quando as crenças foram desafiadas.
Durante o teste, os participantes foram apresentados a oito declarações políticas que eles afirmaram acreditar tanto quanto acreditavam e oito afirmações não-políticas. Os cientistas também mostraram cinco fatores que desafiavam cada afirmação.
Após ler as afirmações que desafiavam suas opiniões, os participantes avaliaram a força de sua crença na declaração original em uma escala de 1-7. Os cientistas observaram quais áreas do cérebro estavam mais ativas durante os desafios.
Segundo a pesquisa, ao receber evidências que contrariavam as crenças, os participantes se mostravam mais em dúvida sobre as afirmações não políticas.
Os participantes mostraram dúvidas sobre afirmações como "Thomas Edison foi o inventor da lâmpada" quando apresentados a afirmações como "Quase 70 anos antes Edison, Humphrey Davy demonstrou uma lâmpada elétrica para a Royal Society".
A pesquisa, publicada na revista Nature, mostrou que as pessoas que eram mais resistentes a mudar suas crenças tinham mais atividade na amídala (uma área em forma de amêndoa perto do centro do cérebro) e do córtex insular, em comparação com as pessoas que estavam mais dispostas a mudar de ideia.
Segundos os especialistas, as atividades nessas áreas são importantes para a emoção e a tomada de decisões. A amídala detecta ameaça e ansiedade. Já o córtex insular processa os sentimentos do corpo. Isso demonstra que, ao se sentir ameaçada ou ansiosa, uma pessoa fique menos propensa a questionar sua própria opinião.

Questionar é importante

Para os cientistas saber como e quais declarações podem persuadir as pessoas a mudar suas crenças políticas pode ser fundamental para o progresso da sociedade.
De acordo com os pesquisadores é importante conhecer como a emoção ajuda a decidir o que é ou não verdade. As descobertas também podem se aplicar a circunstâncias fora da política, incluindo como as pessoas respondem a notícias falsas.

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