Almanaqueiras: ou não queiras.

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sábado, 17 de dezembro de 2016

é, faz sentido...

 Carlos Eduardo Alves

Malafaia e o Estado de Direito

Um pulha como Malafaia foi vítima hoje de mais um capítulo da escalada em direção do Estado Policial. Felizmente, muita gente de esquerda pensou no macro e não no fígado. As garantias democráticas mínimas devem servir a todos, não somente aos que pensam como nós. É só disso que se trata.


Não havia, obviamente, nenhuma necessidade de condução coercitiva do biltre. Pecados ele os tem, e muitos. Mas tem residência conhecida e, ao que se sabe, não havia recusado seguir nenhum trâmite policial. O pastor picareta foi vítima do mesmo desprezo legal que já levou tanta gente nessa sanha justiceira que se apoderou da Justiça em todos os seus equipamentos.

É necessário, sim, gritar contra injustiças mesmo quando elas acontecem a um pastor picareta e que tanto mal faz. O conceito da garantia dos direitos fundamentais se sobrepõe a sujeitos. Se não entendermos isso, estaremos chancelando o show de horror que é o Brasil hoje.

É na Justiça, a começar pelo STF, que o Brasil vive hoje o desmoronamento de bases primárias da Democracia. Os seus personagens que sepultam diariamente, ao vivo e em cores, a crença na Justiça. As vaidades, militância partidária, os conchavos... O MP religioso e a PF suspeita concluem um quadro de "não temos pra onde correr".

O que ocorre hoje no Brasil é a infeliz confluência das "ruas" organizadas em torno da ignorância e do ódio ideológico com justiceiros togados e seus apêndices MP e PF. Querem mais agora. Contra um Legislativo velhaco, arvoram-se, sem legitimação do voto, a querer impor leis. Não é seu papel, por mais vergonhoso que seja o conjunto de parlamentares. A tarefa de gostar ou não, manter ou substituir políticos deve caber à população.

Enfim, arbítrio é arbítrio, contra a gente e contra os que detestamos. É questão básica, de principio. Por isso, até um canalha como Malafaia, que cevou o tsunami de ódio, merece ser defendido. Mas só hoje. São os malafaias da Justiça e seus compartimentos que estão avacalhando o Brasil e tornando cada vez mais difícil explicar para nossos filhos no que transformaram um país que poderia ser bacana.

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