Almanaqueiras: ou não queiras.

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quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

a César o que é de César.


"Confesso que durante muito tempo desconfiei realmente que o ex-presidente Lula estava pessoalmente implicado nessa roubalheira que tem acometido o Brasil desde sempre, mas que recrudesceu do governo FHC para cá - não em quantidade, mas em visibilidade. A contribuir para tal desconfiança - quase convicção - havia aquela sensação difusa de que todo político é desonesto, somada ao fato de que o Lula fechou os olhos para os esquemas de corrupção de sua base aliada. Mídia e vários colegas da vida real e do facebook só ajudaram a reforçar cada vez mais essa desconfiança: "Como pode todo mundo roubar e só o comandante maior não"? Enfim, a desconfiança foi ficando tão forte, que não seria fácil demovê-la.


Somente as ações de um obstinado juiz para conseguir me provar que o ex-presidente não roubou junto com sua base aliada. Sempre ajudado por aloprados delegados da PF e membros do ministério público, o incansável juiz, em uma verdadeira cruzada ideológica, proporcionou ao vivo, em cores e muitas vezes em tempo real, uma devassa geral na vida do ex-presidente. 

Hoje, após três anos de muitos confiscos de computadores, quebras de sigilo fiscal, telefônico e bancário, grampos ilegais, condução coercitiva e até depoimentos de delatores de várias estirpes, nenhuma única prova foi encontrada a incriminá-lo. Na realidade, o mais perto que chegaram foi um conjunto de lâminas do mais tosco powerpoint, repletas de convicções, mas zero provas. 

No rastro dessa devassa, iam-se descobrindo, meio a contragosto da PF, MP e do próprio Moro, contundentes provas da existência de alguns icebergs da corrupção política nacional, cujas pontas são 23 milhões de um Serra aqui, 10 milhões de um Temer ali, milhões e milhões de um Cunha e família acolá, além do indefectível Aécio, que conseguiu a proeza estar em todas as delações. Assim, agradeço o infatigável juiz pelas robustas provas da inocência do Lula e, consequentemente, por ter restabelecido em mim a confiança de que meu voto em 2018 está em boas mãos".

 César Moura 


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