Almanaqueiras: ou não queiras.

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quarta-feira, 2 de novembro de 2016

comentário a respeito do texto do Elio Gaspari. vale, vale.

    Luís Costa Pinto


Elio Gaspari, na Folha de hoje, dando outras palavras à advertência lógica "treino é treino, jogo é jogo". Muito bom. E não resta lembrar que em 2 de novembro de 1988 Ulysses Guimarães era imbatível na plutocracia (que não votou nele) exibindo a Constituição recém-promulgada - terminou o pleito de 1989 com menos de 2% dos votos. Nas previsões seria usado para barrar Brizola, mais temido que Lula por quem enxergava riscos da implantação do comunismo no Brasil. Deu Collor, de quem o país não falava até fevereiro do ano da eleição. 



Em 1994 Lula era o presidente virtualmente eleito até maio. Em abril acompanhei uma visita dele a Harvard, à ONU e à AFL-CIO, nos EUA, em respondia aos questionamentos inquietos de um mundo que já o via presidente da República. O Real cozinhava em Brasília e Fernando Henrique venceu no primeiro turno. No réveillon de 1998 FHC preparava-se para dar uma guinada em seu governo, dando ainda mais poder ao pragmático Sergio Motta, e para trocar Marco Maciel por Luis Eduardo Magalhães em sua chapa presidencial de reeleição. Nos planos dele, Luis Eduardo seria o candidato a presidente em 2002. Em 22 de abril de 1998 Fernando Henrique chorava ao lado do caixão de Luis Eduardo, a quem velava poucos dias depois de enterrar Serjão, vencido por uma bactéria. Por fim, Eduardo Campos: exibia a certeza, da qual eu compartilhava, que chegaria ao 2o turno de 2014 para vencer Dilma e dar um rumo absolutamente diferente à História que hoje protagonizamos. 

É disso que trata Elio, ou da "Lógica do Cisne Negro", o estudo do "impacto do altamente improvavel" no livro estupendo de Nassim Nicholas Taleb, que nos ensina a apreender o passado sem necessariamente achar que ele escreve o futuro porque, afinal, cisnes negros existem. Vale, vale.

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