Almanaqueiras: ou não queiras.

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domingo, 16 de outubro de 2016

nosso samba é composto por notas, acordes e melodias, não somos partidários do samba de uma nota só.

Luiz Carlos De Oliveira e Silva

O MENSALÃO E A ESQUERDA: minha opinião

Quando certos dirigentes do PT resolveram aderir às práticas dominantes na política brasileira, dando um upgrade no esquema de Marcos Valério, não apenas traíram as origens democráticas e populares do partido. Traíram também um esforço de conversão democrática tão lentamente levado a cabo pela esquerda brasileira.



Ao copiar a direita, a camada dirigente que decidiu à revelia das instâncias partidárias por aquele caminho merece não só as sanções penais que se anunciam, mas também e, sobretudo, o mais vivo repúdio por parte da esquerda.

Eles não tinham o direito de jogar na lama, em nome de um pragmatismo cego e mesquinho, todo um esforço político pela construção de um partido, como se dizia, de novo tipo.

Usurpadores, eles não tinham delegação para fazerem o que fizeram na calada da noite. Mais do que a "ordem burguesa", eles agrediram e negaram a luta pela construção de um partido democrático e socialista.

Se vão parar na cadeia como quer a direita cínica, não é o que nos interessa. O ponto central é que os responsáveis pela importação das práticas direitistas e pela liquidação do espírito democrático e socialista do partido sejam devidamente considerados na gravidade de seus atos.

Coisa que, lamentavelmente, os atuais petistas parecem firmemente inclinados a não fazer. Ao fazerem vistas grossas para a gravidade da “lógica” política que presidiu o assim chamado “mensalão”, muitas vezes sob o equivocado argumento de não dar munição para a direita, eles tornam-se, na prática, cúmplices daqueles atos e sujeitos passivos da derrocada moral e política do partido.

Tão representativo do PT que era, e parece que continua a sê-lo, a decadência moral e política de José Dirceu – de líder rebelde a consultor do grande capital –, foi de par com a derrocada do partido. Afundam consigo uma parte da história da esquerda brasileira, mas não a sua totalidade. Há sempre retomadas de caminhos, há sempre linhas de construção do novo sendo gestadas nas entranhas da vida social...

Eles repudiaram a nossa história. Vejamos que lugar a história lhes reserva...

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