"Eu adoraria que os poetas fossem celebridades. Preferiria mil vezes que houvesse trinta poetas célebres em vez dessas celebridades do Big Brother. São celebridades vazias. São pessoas irrelevantes. Não é que eu tenha preconceito com os lugares de onde as coisas vêm, mas eu adoraria que a poesia tivesse a relevância que ela merece na sociedade brasileira.
Geraldo Carneiro
Os poetas parecem condenados à irrelevância. E é muito importante que eles tenham relevância , para que funcionem como uma espécie de reserva ecológica da atividade cultural. Os poetas são esses seres que, como diz lá o Umberto Eco, são capazes de produzir metáforas que transformam a realidade. (...) Quando o Carlos Drummond escreveu, em 1928, 'quando eu nasci um anjo torto', quando ele qualificou o anjo como torto, com a importância intelectual que ele tinha naquele momento, isso foi uma transformação fundamental no céu simbólico da vida brasileira. Então, é muito importante que a poesia readquira esse espaço fundamental para a transformação da sociedade. Eu adoraria que houvesse um programa de televisão com vinte poetas, como o Leminski, o Vinicius, o Waly, o Piva, a Hilda Hilst, a Ana Cristina Cesar, pessoas extraordinárias. Já imaginou que maravilha? Isso teria uma influência sobre a vida cotidiana, simbólica e linguística do país."
Geraldo Carneiro
no livro Faróis no Caos(Sesc Edições, 2012)
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