Almanaqueiras: ou não queiras.

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terça-feira, 19 de julho de 2016

o tucanês está de volta: disruptivo.

Publicitários: disruptivo é o cacete!A primeira vez que prestei atenção nela, solta em meio a uma apresentação da área de Planejamento, foi há uns dois meses.

- Se quisermos fazer algo disruptivo temos de compreender o que há por trás das pesquisas com grupos C/D, disse alguém.
- A disrupção não vem daí. Está em nossas cabeças. Em romper com nossas crenças, pregou outro.
Confesso que não me ocorreram piadas no momento, mas segui meu raciocínio pedindo que olhássemos diferente para a conjuntura. Só isso. Olhar diferente e criativo.

No prazo de um mês li e ouvi a palavra disruptivo uma dezena de vezes. Ontem, ao telefone, um publicitário já andado em anos usou-a comigo num papo trivial e para falar de marketing político: "se fulano quiser fazer algo disruptivo tem de fazer assim e assado, e não do jeito que imagina", disse meu amigo (claro que "fulano" e "assim e assado" são tarjas pretas que coloco no texto para proteger a identidade do orador).

Hoje, deparo-me com o artigo de Nizan Gunaes na Folha de S Paulo e ele pede uma publicidade "disruptiva". Está lá, insidiosa qual um Pokémon GO perdido em nossa selva corporativa da publicidade tupiniquim, essa palavra oca como tronco de baobá: linda por fora, vazia por dentro. Disruptivo, amigos publicitários, é o cacete! Por que não dizer "diferente", de forma simples, honesta, humilde? Para que encher a boca e tascar um DISRUPTIVO a cada 18 palavras, em média? Vamos ser disruptivos, então: falemos simples. 
Combinado?

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