Almanaqueiras: ou não queiras.

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domingo, 20 de abril de 2014

Quase-Memória: Pereira Filho

PRIMEIRO SINAL DE TV EM CAJAZEIRAS


A chegada das primeiras imagens de televisão em Cajazeiras, chegaram através do senhor Maciel Pereira Batista – pai do Dr. Francisco Pereira Xavier (Dr. Xavier da Unimed Cajazeiras). Isso foi no ano de 1969. Lembro-me muito bem que seu Maciel levou para o alto do Cristo Rei vários aparelhos e antenas de diversos tamanhos e, lá, com muito esforço e sacrifício, ele conseguiu captar imagens da TV Ceará, Canal 2 de Fortaleza.

Fui um privilegiado em Cajazeiras, entre outros jovens, ao assistir as primeiras imagens que chegaram à nossa cidade. Esse trabalho era realizado sempre à noite, devido ao horário ser melhor para captar as imagens, que inicialmente eram muito ruins, tinha muito chuvisco na telinha e com pouca visibilidade.

Seu Maciel mexia bastante nas antenas e nos aparelhos. Ia pra lá, vinha pra cá, passava as mãos nos cabelos com aquele ar de se pensar: – “uma hora eu consigo a imagem”. Nós, jovens, ficávamos sentados no chão na frente do aparelho de tv, acompanhando o movimento de seu Maciel e sempre na expectativa de a qualquer hora poder assistir um pouco de filme, ou de um noticiário, ou de uma novela. Quem sabe! Dias se passaram e, naquele mexe aqui, mexe acolá, mexe lá, mexe cá, mexe na direita, mexe na esquerda, mexe pra frente, mexe pra trás, mexe em cima, mexe em baixo, mexe de lado... Era tanto mexe-mexe nas antenas, na parafernália, e no aparelho de TV, que apareceu o que todos esperavam. A imagem estava quase limpa, em preto e branco, e todos gritaram de alegria. A partir daí, todos calados, de olho na telinha, feição de alegria e devido o escuro da noite do alto do Cristo Rei, mais a intensidade da luminosidade da tela em preto e branco que se destacava, fez com que seu Maciel pensasse: “ Valeu a pena”. Portanto, sou testemunho do esforço que ele fez em conseguir tudo isso.

Tempos depois foram instalados aparelhos de TV dentro de caixas metálicas a uma altura de mais ou menos dois metros, fixadas em torres de ferro. Essas caixas tinham tampas de proteção com cadeado. Uma torre foi fixada na lateral da Rodoviária Antônio Ferreira e outra na Praça Camilo de Holanda. Como na minha casa não tinha televisão, eu gostava de assistir TV na Rodoviária, porque lá, tinha o movimento dos ônibus que chegavam e saíam da cidade, bem como o movimento das pessoas, que iam para lá assisti o embarque e desembarque de passageiros, e também as meninas, principalmente, da Rua Desembargador Bôto, que iam para serem paqueradas.

Lembro que o meu irmão Toinho, ao concluir o ginasial, sua turma foi para Fortaleza fazer uma excursão e chegando lá, um dos locais que eles conheceram na Capital alencarina, foi a sede da TV Ceará Canal 2, onde conheceu todo complexo de como funciona os estúdios de um canal de televisão. Chegando em casa, após o passeio, foi explicar pra nós tudo que viu na TV Ceará Canal 2. Eu trabalhei durante seis anos (de 1981 a 1987) na TV Globo de Brasília e sei da dimensão que tem um canal de televisão, principalmente do porte da Globo. Não sou Bozó mas trabalhei na Globo. Lembram do personagem Bozó do programa Chico Anísio Show? Ele sempre dizia: “trabalho na Globo”.

PEREIRA FILHO
Radialista
Rádio Nacional de Brasília

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