Almanaqueiras: ou não queiras.

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quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Não basta ir a Miami, tem que ser furtado para demonstrar ter atingido um estágio infinitamente superior. Já pensou! Ostentar na parede da sala o boletim de ocorrência em inglês. Gente chique é outra coisa.

A cada 3 dias, um turista brasileiro é furtado em Miami ou Orlando, nos EUA
De janeiro a abril, consulado registrou 44 ocorrências; 'Sabe a saidinha de banco? No nosso caso, foi saidinha da Apple', diz médica.

Adriana Ferraz, Nataly Costa - Estadão


O boom de brasileiros cheios de sacolas e dinheiro no bolso nos Estados Unidos fez surgir um efeito colateral. A cada três dias, um turista brasileiro é furtado em Miami ou Orlando - os principais destinos de passeio e compras da Flórida. Os dados são do Consulado-Geral do Brasil em Miami, que alerta que os números "representam apenas um subconjunto do universo total de ocorrências".

A quantidade de furtos e roubos pode ser muito maior - geralmente, o consulado só é notificado quando os ladrões levam também algum documento das vítimas. Caso contrário, só a polícia local é acionada e dificilmente consegue recuperar as mercadorias levadas.

Com hábitos de compra peculiares - e abundantes -, os brasileiros viraram alvo fácil. Saem das lojas carregados de sacolas de grife com roupas, brinquedos e eletrônicos. A maioria dos furtos acontece dentro dos outlets, em lojas de departamento, estacionamentos de shopping e até nos hotéis.

Apenas de janeiro a abril deste ano, o consulado registrou 44 ocorrências de furto em Miami e Orlando - 35% do total que chegou ao conhecimento das autoridades em 2011. Metade dos brasileiros (49,7%) que vão para os Estados Unidos tem a Flórida como destino, segundo a organização de viagens U.S Travel.

‘Saidinha da Apple’. Há cerca de um mês, um casal de São Paulo teve todas as compras furtadas no estacionamento do Florida Mall. "Compramos computador, iPad, iPhone. Deixamos tudo na mala do carro e fomos a uma loja de brinquedos. Não passaram 15 minutos e fomos avisados de que o vidro do carro havia sido arrombado", conta a médica Sandra Marins, de 45 anos. "Só sobrou o computador porque a caixa era grande."

Com dois amigos e cinco crianças, Sandra havia alugado uma van com vidro fumê. O cuidado não adiantou - ela acredita ter sido seguida da loja até o estacionamento. "Sabe a saidinha de banco? No nosso caso, foi saidinha da Apple."

Na loja. Em outros casos, os turistas relatam furtos dentro dos shoppings. A bancária Virgínia Caetano, de 46 anos, estava com o filho e os sobrinhos em uma loja de roupas em Orlando - "daquelas escuras e com som altíssimo" -, quando sentiu algo mexer nas suas costas. O bolso da mochila havia sido aberto.

"Levaram a carteira com minha habilitação, US$ 200 e cartões de crédito ", conta. "Reclamei com a loja e não deram a mínima. Uma brasileira que trabalhava no quiosque da frente falou que acontece todo dia." Virginia bloqueou os cartões rapidamente, mas os ladrões gastaram U$ 3,5 mil dólares nos cartões de crédito em outras lojas do mesmo shopping. "Pode ter gente do comércio envolvida", alerta.

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