Almanaqueiras: ou não queiras.

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quinta-feira, 8 de novembro de 2012

O Fole roncou no alto da serra...


 O fole roncou



Neste sábado, 10 de novembro, às 17h, a Praça Central do CasaPark vai se transformar em um arraial para o lançamento do livro “O fole roncou! Uma história do forró”, de Carlos Marcelo e Rosualdo Rodrigues. Publicado pela editora Zahar, o livro conta a história desse gênero musical que atravessou o século 20 em meio a preconceitos, dramas pessoais, histórias de sucesso e catapultou nomes como Luis Gonzaga, Jackson do Pandeiro, Elba Ramalho e Alceu Valença no cenário cultural brasileiro.

Como parte do lançamento do livro, o jornalista Sérgio Sá realizará um bate-papo com os autores e alguns convidados especiais, como o sanfoneiro, maestro e produtor musical Marcos Farias, filho de dois importantes personagens do livro, Marinês e Abdias. Outra presença confirmada é a de Mayra Barros, filha de dois importantes nomes da história do forró, Antônio Barros e Cecéu. Entre uma conversa e outra, um trio de forró irá se apresentar na Praça Central do CasaPark. 

“Estamos orgulhosos em participar do lançamento deste livro, uma celebração à cultura brasileira”, afirma Alexandre Mendes, gerente de marketing do CasaPark. “Este é um presente de Natal antecipado para os brasilienses que buscam sempre uma programação de qualidade com conteúdo”, diz Alexandre.  Na rota do forró, Brasília tem inúmeras casas de show que recebem artistas de todas as partes do país. E foi daqui que surgiu a ideia para escrever o livro.

Após a apresentação na Praça Central, Carlos Marcelo e Rosualdo Rodrigues irão autografar o livro, às 19h, na Livraria Cultura do CasaPark. A entrada é gratuita e livre para todos os públicos.

O Fole Roncou - Em 504 páginas, os autores percorrem dos anos 1930 à primeira década do século 21 e ressaltam ainda a importância de artistas como Elba Ramalho, Alceu Valença e Fagner na continuidade dessa história, desdobrada nos últimos anos com o surgimento, no Ceará, do forró eletrônico e do forró universitário, em São Paulo, também registrados em “O Fole Roncou! Uma história do forró”.

Segundo Carlos Marcelo, o livro começou a ser esboçado em 2009, a partir de uma inquietação nascida da observação de que, ao contrário de outros gêneros musicais brasileiros como o samba e a bossa nova, não havia um livro que contasse a trajetória do forró por meio da reunião dos depoimentos de seus principais personagens, devidamente contextualizados no período histórico do país. Definido o ponto de partida, foi possível enxergar também que o trabalho seria extenso e minucioso, exigiria dedicação e uma boa dose de motivação pessoal de quem se aventurasse a executá-lo. “Foi quando convidei o amigo Rosualdo Rodrigues para mergulhar nesse processo: temos trajetórias parecidas (somos da Paraíba e fizemos boa parte de nossa carreira profissional em Brasília como jornalistas da área cultural) e outro ponto em comum: desde a infância, tivemos a oportunidade de conviver com o universo retratado nas letras dos principais compositores do forró. De imediato, Rosualdo aceitou o convite”, afirma Carlos Marcelo.

Em 2010, um plano de trabalho foi elaborado, visando concluir o livro em 2012, ano do centenário de nascimento de Luiz Gonzaga. A dupla partiu então para a fase de entrevistas, que exigiram viagens à Paraíba, a Pernambuco, ao Rio Grande do Norte, ao Ceará, a São Paulo e ao Rio de Janeiro. “Esse foi um momento especialmente recompensador, pela generosidade dos entrevistados no momento de partilhar suas lembranças guardadas por décadas - e essas lembranças, para a nossa sorte, vinham à tona invariavelmente temperadas por passagens espirituosas, bem-humoradas e emocionantes. Fizemos, então, mais de 80 entrevistas que, aliadas à pesquisa de documentos e leituras de entrevistas da época, nos embasaram para iniciar a redação dos capítulos, finalizada em agosto de 2012." Completa.

Rosualdo Rodrigues, coautor do livro conta que o que se percebe é que, depois de 70 anos de história, o forró já está impregnado de tal maneira na música brasileira que não faz mais sentido dizer que ele está ou não na moda, ou que seja um gênero em extinção. “Da mesma forma que o samba, o forró está na base do que se entende hoje como música brasileira”, afirma. Assim como não é mais preciso ser sambista para criar um samba, não é preciso ser forrozeiro pra fazer um baião, um xote ou um coco, esses ritmos aparecem, hoje em dia, como influências naturalmente presentes na nossa música.

Em suas pesquisas e entrevistas, Rosualdo se deparou com uma realidade que até então era apenas uma impressão: “Há sim uma nova geração de sanfoneiros, compositores e cantores dedicando-se ao forró propriamente dito, seja de raiz, sejam as variações que misturam (para o bem ou para o mal) a sanfona com teclados ou guitarras”. São muitos os trios que surgem entre os jovens aficionados do chamado pé-de-serra, especialmente no Sudeste; tem Targino Gondim em Juazeiro, Waldonys em Fortaleza, Silvério Pessoa em Recife, Bicho de Pé em São Paulo, Clã Brasil em João Pessoa, e por aí vai. “E é dessa forma que o forró se renova, toma fôlego e dá sinais de que vai continuar animando o baile por mais 70 anos, pelo menos", conclui.


“O fole roncou! Uma história do forró”
De Carlos Marcelo e Rosualdo Rodrigues
Editora Zahar – 504 Páginas
Preço: R$ 49,90

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