Paraibano lança nome para governo do Rio
Por Nonato Guedes
Em reunião promovida na sede do Sindicato dos Petroleiros, no centro do Rio de Janeiro, o Partido dos Trabalhadores lançou, ontem, a pré-candidatura do senador Lindbergh Farias ao governo do Estado em 2014. Natural de João Pessoa e conhecido nacionalmente quando liderou, na condição de presidente da UNE o movimento dos estudantes carapintadas pelo impeachment do ex-presidente Fernando Collor de Mello, que hoje é seu colega no Senado, Lindbergh Farias pretendia ter se lançado candidato em 2006, mas, segundo informa a "Folha de São Paulo, o Partido dos Trabalhadores, na época, apoiou o peemedebista Sérgio Cabral, decisão repetida em 2010. No governo do Rio, na atual conjuntura, o PT é coligado ao PMDB, que tem como candidato à sucessão de Sérgio Cabral o vice-governador Luiz Fernando Pezão.
Durante discurso que fez na manifestação de pré-lançamento, Lindbergh Farias ressaltou a esperança de que o PMDB decida apoiar a sua candidatura. Independente disso, revelou que já está costurando um apoio com o Partido Socialista Brasileiro. Cerca de duzentas pessoas participaram da reunião. O petista Adilson Pires, vice-prefeito do Rio, eleito na chapa de Eduardo Paes (PMDB), não compareceu ao encontro. Lindbergh Farias elegeu-se deputado federal pelo Partido Comunista do Brasil, PC do B, em 1994, sendo o mais votado da esquerda.
Em 1996, foi eleito presidente nacional da União da Juventude Socialista. Aderiu ao trotskismo em 1997 e ingressou no Partido Socialista dos Trabalhadores Unificados (PSTU). Na Câmara dos Deputados, pautou seu primeiro mandato pela oposição ao governo de Fernando Henrique Cardoso. Em 2001, decidiu filiar-se ao Partido dos Trabalhadores para apoiar a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva. Retornou novamente à Cãmara dos Deputados. Em 2004, candidatou-se à prefeitura de Nova Iguaçu, uma das principais cidades da Baixada Fluminense, pela coligação "Hora da mudança" com PSB, PC do B, PSDB e PFL. Venceu a disputa no segundo turno. Reeleito em 2010 à prefeitura de Nova Iguaçu, foi eleito em 2010 para o Senado, ficando em primeiro lugar, na frente de Marcelo Crivella.
ATAQUES AO SUPREMO
Na manifestação de pré-lançamento da candidatura do senador Lindbergh Farias (PT) ao governo do Rio, líderes políticos aproveitaram para dirigir ataques ao Supremo Tribunal Federal que condenou integrantes da cúpula do partido no julgamento do processo do mensalão. Lindbergh Farias é natural da Paraíba. No ato público, o deputado federal Luiz Sérgio, ex-ministro da Pesca no governo Dilma, afirmou que o Supremo não é dono da verdade. "O Supremo errou todas as vezes que se deixou levar. Foi o STF que cassou o registro do Partido Comunista Brasileiro com a alegação de que era uma célula do Partido Comunista Soviético. Foi o STF que negou o habeas corpus e, com isso, Olga Prestes foi morta nos campos nazistas da Alemanha", enfatizou o ex-ministro.
Segundo Luiz Sérgio, o STF se submeteu à pauta da elite e errou feio, no julgamento do mensalão. Para ele, as condenações de petistas como José Dirceu, José Genoíno, Delúbio Soares, atrapalharam o PT nas últimas eleições municipais e tiveram o objetivo de reduzir o raio de ação política do ex-presidente Lula. "Ao colocar o julgamento do chamado mensalão no mesmo momento das eleições, o Supremo se transformou no grande programa eleitoral que a oposição não tinha", verberou ele. Lindbergh Farias, em seu discurso, mesmo afirmando ter a esperança de ver o PMDB do Rio ao seu lado, foi cáustico ao dizer que o resultado da eleição deste ano mostrou que não há mais a hegemonia do peemedebismo fluminense.
"Temos o melhor nome para enfrentar a candidatura do deputado federal Anthony Garotinho, do PR. Se não tiver acordo com o PMDB, faremos igual a São Paulo, onde eles lançaram o Gabriel Chalita à prefeitura e o PT Fernando Haddad. No segundo turno, os dois se aliaram", comparou Lindbergh. Dos 92 municípios, o PMDB venceu em 25. Já o PT elegeu 11 prefeitos no Estado do Rio. Os peemedebistas, porém, perderam em cidades importantes como Duque de Caxias e São Gonçalo. O PR de Garotinho assumirá oito prefeituras, o mesmo número do PSB. Lindbergh afirmou estar mantendo conversas com Lula sobre a candidatura própria. "Não posso dar detalhes sobre as nossas conversas", despistou. Segundo o senador, se não houver acordo com o PMDB até o segundo semestre de 2013, o PT entregará todos os cargos no governo Cabral. "Quero ser o candidato de todos. Mas se não unificar essa aliança, entregaremos os cargos", disse.
Sérgio Cabral está apoiando o candidato que melhor o substituirá. Pezão saberá continuar os trabalhos do atual governo.
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