Herzog, o herói
O jornalista, torturado e morto pela ditadura militar, entrou para a história há exatos 37 anos
por Roberto Amado
Conteúdo do site da Revista Alfa

Em 25 de outubro de 1975 morreu Vladimir Herzog e nasceu um herói. O jornalista da TV Cultura, de 38 anos, foi, no dia anterior, convocado pelo DOI-CODI paulista, órgão encarregado de extrair, sob tortura, informações de suspeitos de atividades contra a ditadura militar. Interrogado naquele mesmo dia, foi torturado até a morte. Por ser um jornalista conhecido, o governo imediatamente tratou de justificar sua morte como suicídio, divulgando fotos em que aparece enforcado em uma cela, em cena claramente forjada.
Poucos acreditaram na justificativa. Ao contrário, representantes de vários segmentos da sociedade paulistana encontraram-se imediatamente em ato de repúdio e contestação, escancarando de vez o conflito entre a sociedade e a ditadura.
Muitos anos se passaram até que o país tivesse um presidente civil, mas foi a partir da morte de Herzog que a imagem artificial de prosperidade e ordem do governo militar começou a ser substituída pela truculência e o regime de exceção.
Vladimir, o Vlado, nunca imaginou, certamente, que pudesse se tornar uma referência do enfrentamento popular à ditadura. Como também não imaginou que suas ideias contra um governo opressor e assassino pudessem leva-lo à morte. E é assim mesmo que nascem os heróis.
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