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quarta-feira, 31 de outubro de 2012

A Tecnologia a Serviço do Desemprego


Tecnologia 'aposenta' atendente de caixa em rede varejista

Memove, do grupo VGB, conta com tecnologia de radiofrequência nas lojas.
Estudo indica que tecnologias móveis ajudam a atender melhor os clientes.

Fabiola Glenia do G1 SP

O cliente entra na loja, escolhe uma roupa, prova e segue para o caixa para pagar. Chegando lá, não encontra ninguém. Poderia parecer um clássico exemplo de loja mal administrada, mas a ausência de funcionário, nesse caso, tem relação direta com o investimento em tecnologia e automação de processos.
A memove (escrita em letras minúsculas), rede da companhia Valdac Global Brands (VGB, dona também da Siberian e da Crawford) aposta nos caixas de autoatendimento para tornar o pagamento de compras mais rápido, diminuir filas e, assim, se alinhar às expectativas de um público jovem, “muito antenado, que está em redes sociais, que está num contexto muito diferente do público tradicional”, diz Emerson Mattos Santangelo, diretor de Tecnologia do grupo.
Com os caixas de autoatendimento, cliente pode fazer as compras sem recorrer a nenhum funcionário da loja (Foto: Fabíola Glenia/G1)

“Buscamos algumas tecnologias e serviços para ofertar para esse público que tivesse a ver com a vida dele e que também fosse inovador.” Os clientes contam, por exemplo, com Wi-Fi gratuito em todas as lojas, que também dispõem de tablets com acesso à internet; iluminação de led; piso reciclável com conceito sustentável; entre outros serviços.

Como funciona

Caixa rápido só permite pagamento por meio de cartão de crédito ou de débito (Foto: Fabíola Glenia/G1)

É um exagero, no entanto, dizer que o cliente não encontrará ninguém no caixa. Em primeiro lugar porque todas as lojas da rede contam com caixas convencionais. Além disso, mesmo nos caixas de autoatendimento, embora não haja a figura do operador, existe um profissional para orientar em caso de dúvida.
Na prática, funciona da seguinte maneira: o cliente deposita as peças num compartimento próprio do caixa de autoatendimento que conta com um sensor, que irá identificar todos os itens. Numa tela de computador sensível ao toque, a pessoa indica quantas peças está comprando, se vai pagar com cartão de débito ou de crédito, se prefere fazer o pagamento à vista ou parcelado e se quer incluir o CPF na nota.
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O comprador coloca o cartão na máquina – só é possível pagar por meio de cartão eletrônico nestes caixas –, digita a senha, a nota fiscal é emitida e a compra está concluída. O sistema dá baixa do item no estoque, desativa automaticamente o sensor de alarme da peça e o cliente vai embora da loja sem necessariamente depender de um funcionário.
Segundo levantamento da memove, no geral, a média de compras efetivadas nos caixas rápidos é de 20%, chegando a 30% em determinadas lojas da rede. “A operação é mais eficiente, tem ganho de produtividade, o que é inerente a qualquer processo de automação”, diz Santangelo.
Identificação via radiofrequência
A automação é possível graças ao uso de etiquetas que contam com identificação via radiofrequência, tecnologia conhecida como RFID. O uso desta ferramenta é bastante difundido para controle de estoques, por exemplo, em diferentes setores.

Mas em relação ao uso em toda a cadeia produtiva no varejo – ou seja, desde o pedido ao fornecedor, recebimento e posterior expedição da mercadoria no centro de distribuição, entrega na loja e processo de venda – a memove é pioneira no Brasil, garante o executivo da VGB.
A empresa foi fundada em outubro de 2011 com o objetivo de ser o principal negócio da VGB. Atualmente, já representa 10% das vendas do grupo. A rede conta com nove lojas, nas cidades de Blumenau, Campinas, Campo Grande, Porto Alegre, Recife, Salvador e São Paulo, e gera aproximadamente 500 empregos diretos e 1.000 indiretos. Até o fim deste ano, a memove irá inaugurar mais duas lojas, nas cidades de São Paulo e São Bernardo do Campo e, para 2013, prevê 12 novas unidades.
O futuro do varejo
Em setembro, a Motorola Solutions – provedora em soluções e serviços de comunicação de missão crítica para governos e empresas – apresentou um estudo, realizado pela empresa BMS (Business Marketing Solution) no segundo trimestre deste ano, cujo objetivo era diagnosticar quais são as tecnologias mais usadas pelos varejistas.
A pesquisa, apresentada durante o evento “O Futuro do Varejo”, apurou que, do total de companhias participantes, 97% consideram que as tecnologias móveis ajudam na produtividade do varejo. Para 95%, elas reduzem custos para o setor e 96% concordam que usar tecnologias móveis ajuda a atender melhor os clientes.
O estudo apurou que a tecnologia RFID – que permite melhorar a visibilidade do estoque em tempo real e aumentar a produtividade –, apesar do pouco tempo em uso no Brasil, promete ser uma realidade nos próximos anos.
Para elaborar a pesquisa, a BMS ouviu 150 empresas varejistas no Brasil, dos segmentos de drogarias, eletroeletrônicos, supermercados, materiais de construção, lojas de departamentos e vestuário, que possuem no mínimo seis lojas.

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