Almanaqueiras: ou não queiras.

Almanaqueiras: ou não queiras.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Pereira Filho - Quase-Memória


Rádio do Bispo


Instalada na Rua Victor Jurema, esquina com a Rua Coronel Peba, na década de sessenta, a Rádio Alto Piranhas, emissora da Diocese de Cajazeiras, era conhecida como a Rádio do Bispo. A emissora funcionava nos fundos do prédio do Cine Apólo XI. A entrada da emissora era pela lateral do prédio, que ficava na Rua Coronel Peba. Lembro-me que Fátima Lopes trabalhava na recepção.


Ela controlava a entrada e saída de funcionários e visitantes. Após a recepção, tinha as salas dos diretores Zeilto Trajano, do Comercial  e da Gerência, Padre Loureiro. Após essas salas, as pessoas seguiam em frente por um corredor, que era os fundos do palco do Cine Apolo XI. No final do corredor funcionava o estúdio “NO AR”, que tinha um janelão de vidro que separava esse estúdio e a sal a dos controlistas e ao lado desta, tinha o estúdio de gravações. Em cima destes cômodos funcionava a discoteca, que era acessada por uma escada de concreto. 


A Discoteca tinha muitos discos de vinil LP (Long Plays), Compact Disc e Fitas Cassetes. Esse material era catalogado e guardado em ordem alfabética pelos nomes dos cantores nas prateleiras, com divisórias para cada disco. Lafaelson Andrade e Luiz Carlos Clay eram os discotecários. Ao lado da discoteca ficava o Departamento de Jornalismo com suas máquinas de escrever Remington, os gravadores de rôlo phillips, gravadores ayko national, rádios transglobo, e outros equipamentos. No outro lado do prédio, saindo da sala dos controlistas, tinha um corredor que dava acesso a oficina de manutenção da emissora, que ficava ao lado da entrada do Cine Apolo. Jonhson Vilante era o técnico operacional, que colocava e tirava a emissora do ar.



Banho de Chuva


Quando eu era criança e morava na Avenida Presidente João Pessoa, próximo ao baldo do Açude Grande, eu gostava de subir as escadarias do açude para apreciar o “pôr do sol”. Esse local era muito frequentado pelas pessoas da cidade e também por turistas, por que dava acesso a principal Avenida de Cajazeiras. Por eu não saber nadar não me arriscava tomar banho nesse local, porque era muito fundo a poucos metros da parede. A garotada gostava mesmo era de tomar banho na chuva vestindo calção e sem camisa. Lembro-me que quando chovia muito em Cajazeiras as avenidas, praças e ruas, principalmente as estreitas, ficavam alagadas. Em algumas ruas as águas subiam nas calçadas, e quase não se via o meio fio. Certo dia, no período da tarde, chovia muito e fui tomar banho na chuva. Gostávamos de correr em baixo do temporal e chutar a água para ver a lâmina d'agua subir. Teve um momento em que eu corria e senti uma fisgada na sola do meu pé direito e não me dei de conta do sangue que estava saindo do pé. Um colega viu e me avisou. Ao levantar o pé percebi que tinha um pedaço de gargalo de garrafa enterrado no solado do pé. Saí correndo para casa e de imediato minha mãe me levou para o Hospital Regional de Cajazeiras. Levei vários pontos no solado. Até hoje tenho a cicatriz no solado no formato redondo.


PEREIRA FILHO

Rádio Nacional de Brasilia

jfilho@ebc.com.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário