Almanaqueiras: ou não queiras.

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domingo, 9 de dezembro de 2012

O forró de Luiz Gonzaga ganha asas e conquista o mundo


Forró de Luiz Gonzaga mostra que tem poder de conquistar estrangeiros

 (Diego Oliveira/Divulgação; Projeto Forró de Lampião/Reprodução; e Nublu Record/Reprodução )


Assim como o pássaro em Asa branca, clássico do repertório de Luiz Gonzaga, o gênero musical criado pelo Rei do Baião voou longe. Um voo bem mais auspicioso do que o da ave fugitiva da seca, é verdade. Nos últimos anos, brasileiros residentes nos Estados Unidos e na Europa têm transformado em trabalho a paixão pelo forró, por meio de aulas de dança e da promoção de shows de artistas do gênero. De quebra, ajudam a mostrar que, apesar da forte raiz regional, o apelo rítmico do baião, do xote e do xaxado é capaz de seduzir os gringos.

“Nosso trabalho é focado em público estrangeiro. Acredito que apenas 10% sejam brasileiros. A maioria é de portugueses, e depois temos muitos italianos, alemães, poloneses, franceses e de outras nacionalidades”, descreve o DJ, professor de dança e músico Enrique Matos, mineiro que desde 2010 comanda em Portugal o projeto Forró de Lampião, combinação de eventos musicais, workshops de dança, exibição de filmes e grupos de discussão em torno da cultura brasileira.

Ao contrário de Lisboa, em San Francisco, Estados Unidos, brasileiros ainda são maioria nos forrós. “Mas acho que está mudando pouco a pouco”, afirma Diana Di Battista, americana moradora daquela cidade e apaixonada pelo ritmo brasileiro. “Conheço vários brasileiros morando aqui que dizem que, no Brasil, nunca frequentavam festas de forró. Mas, agora que moram no exterior, aprenderam a gostar porque mata a saudade do Brasil, e até começam a se sentir orgulhosos desse estilo musical”, conta.

Diana descobriu o forró em 2004, quando participou de um programa de intercâmbio no Chile e começou a treinar capoeira. Nas festas dos capoeiristas, sempre havia música brasileira. “Alguém me deu um CD com músicas de forró. Quando voltei para os Estados Unidos, comecei a frequentar todos os shows de uma banda que se formou aqui em San Francisco e fui aprendendo a dançar com uns caras brasileiros que dançavam bem”, relembra ela, que, de tão aficionada, aprendeu português e veio ao Brasil para conhecer o Festival de Itaúnas, realizado anualmente no litoral capixaba.





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