Luciana Vendramini
A eterna 'ninfetinha' do Brasil
Você diz que sempre foi recatada, mas posou para a revista "Playboy" aos 16 anos...
Contraditório, né? Pois é. Minha vida é cheia de contradições. Acontece o seguinte: eu achava que eu era uma carioca. E embora eu nunca tivesse transado até então, eu me achava uma Leila Diniz. Eu já tinha sido emancipada pelo meu pai para que eu pudesse receber o salário de professora de balé lá em Jaú.
Então aceitei fazer as fotos, mas fiquei chorando o ensaio inteiro, porque eu não queria fazer. Eu também não entendia por que alguém ia querer ver uma menina que quase não tinha peito. Daí saiu e começaram a me chamar de ninfeta. Achei que estavam me xingando. Não entendi muito bem o que era. Depois me chamaram de ‘Lolita’. Aí fui ler o livro do Vladimir Nabokov. Entendi, mas não compreendi. Hoje, quando olho para aquelas fotos, eu entendo perfeitamente. Vejo meu olhar... Como eu era ingênua... Carreguei durante muito tempo esse estigma de "Lolita", mas as pessoas não conhecem o cão que ladra dentro de mim.
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