Oscar Niemeyer: Igrejinha da 307/308 Sul, Brasília
Fonte: Ricardo Noblat
O Prêmio de Arquitetura Pritzker, ou mais simplesmente O Pritzker, reconhece anualmente as importantes contribuições de um arquiteto a essa que das artes é a mais fundamental em nossas vidas. O objetivo principal do prêmio é fazer com que o público perceba a influência da arquitetura e de seus criadores em nossas cidades.
É muitas vezes chamado de o Nobel da arquitetura e não é um prêmio de tributo a um criador: ao contrário, o Pritzker destina-se a arquitetos em plena atividade.
Criado em 1979, por três vezes somente o Pritzker foi dado a duas pessoas em um só ano: em 1988, para comemorar os dez anos de fundação do prêmio e nos anos de 2001 e 2010 ao reconhecer a excelência do trabalho de dois arquitetos sócios de um escritório. O Pritzker premia o conjunto da obra construída. E nesses 33 anos premiou o que há de melhor na arquitetura internacional.
Pois bem, em 1988 o nosso Niemeyer foi um dos dois premiados.
O conjunto da obra construída de Oscar Ribeiro de Almeida de Niemeyer Soares faz parte da espinha dorsal da história da arquitetura no século 20, que invade o século 21, cada vez com mais beleza e harmonia e o que é fundamental, sempre trazendo contribuições importantes para a concepção, a construção e a decoração de edificações.
Comum tenho certeza que não é, raríssimo não sei se é, mas raro deve ser poder falar das Obras-Primas de uma determinada arte na presença do artista. Esta semana faço justiça a um criador genial, que o mundo inteiro admira, no mês de seu 105º aniversário.
Niemeyer não é apenas – que palavra tola, como se apenas coubesse aqui! – um grande arquiteto, é também um maravilhoso escritor, um pensador brilhante e um amigo generoso, talvez sua qualidade que eu mais admire.
Ao longo da semana publicarei neste espaço algumas de suas frases; um pouco de sua biografia; e fotos das suas obras que eu mais admiro. Quem parte e reparte fica com a melhor parte e me darei o luxo de escolher as Obras-Primas de Oscar Niemeyer que mais falam ao meu coração.
Inaugurada em 28 de junho de 1958, a Igrejinha, ou Igreja Nossa Senhora de Fátima, foi o primeiro templo em alvenaria a ser erguido em Brasília. Suas formas lembram as de um chapéu de freira. Ela é simples, linda, comovente em sua singeleza. Pequenina, mas podendo receber muitos fieis em seu adro externo, ela é tal qual um coração de mãe: sempre cabe mais um.
Suas paredes internas tinham afrescos de Alfredo Volpi... dizem que hoje estão debaixo de tinta branca. Não consegui confirmação. Os belíssimos azulejos de Athos Bulcão que decoram suas paredes externas estão, juntamente com a Igrejinha, tombados pelo Patrimônio Artístico e Histórico do Distrito Federal.
Foto: André Dusek/AE
Projetada por Oscar Niemeyer e tendo como calculista o poeta e engenheiro Joaquim Cardozo, o concreto na mão desses dois homens parece dobradura nas mãos de crianças...
A gente tem que sonhar, senão as coisas não acontecem. Oscar Niemeyer
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