Eis que o fascista teve seu momento Brizola. Detonou a Globo na casa dela. E conseguiu produzir a cena mais constrangedora que estes olhos testemunharam: a âncora do programa, ícone do jornalismo da economia de mercado, gaguejando na repetição tatibitate do editorial que alguém lhe ditava pelo ponto eletrônico. Como se fosse um boneco de ventríloquo.
Quantas vezes jornalistas foram representados como marionetes que obedecem aos cordões manipulados pelos que de fato têm o poder? Pois agora temos essa representação ao vivo, em carne, osso e... sangue de barata.
Mas não foi só. O que aconteceu não simboliza apenas, de maneira exemplar, a imagem do jornalista subserviente à voz do dono. Foi pior ainda pelo que representou como demonstração de poder: tradicionalmente, num programa desse tipo, as considerações finais cabem ao entrevistado. No entanto, quem comanda a emissora ordena que o programa não termine assim e exige ter a última palavra.
Foi didático e esclarecedor.
Com toda a sua estupidez, com toda a sua indigência intelectual, com toda a sua grossura, o fascista acabou demonstrando, mesmo involuntariamente, qual é o principal inimigo a se combater se quisermos, algum dia, chegar perto do que se pode chamar de democracia.
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