A questão é cultural. Quando comecei a fumar, adolescente, todos ao meu redor fumavam também, com raras exceções: colegas, familiares, amigos etc. Nas residências havia, geralmente, um cinzeiro em cada cômodo. A onda politicamente correta escolheu o cigarro como inimigo número um. Não estou defendendo, aqui, o tabaco, pois tenho consciência de que faz mal à saúde. Mas é muito difícil largar o vício de um indivíduo que começou a fumar na época da liberdade, e se acostumou com isso. O desrespeito, o desdém, o olhar de esguelha, a catequese, entre outros pontos irritantes, tornam a sociedade contemporânea uma sociedade de chatos, de pessoas que passaram por uma lavagem cerebral e se comportam como uma boiada de débeis mentais, segundo as 'normas' do politicamente correto. É preferível ser um fumante livre do que um chato que patrulha aqueles que gostam, com indescritível prazer, de aspirar sua fumaça plena de tóxicos e nicotina.
A onda politicamente correta, que tanto assola a sociedade contemporânea, deve ser combatida com unhas e dentes. Não aceito nada que seja politicamente correto. Sou um anarquista. Não defendo o cigarro, mas a liberdade daqueles que possuem seu vício e não conseguem largá-lo.
André Setaro
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