Almanaqueiras: ou não queiras.

Almanaqueiras: ou não queiras.

sábado, 11 de agosto de 2018

pra mudar o mundo, seja apenas você. amorosamente.

"partiu errejota arcos da lapa 
festival lula livre 17H
e después festival de inverno 
em bragança paulista 22H 
vâmo que vâmo num pára naum 💘"
  Ana Cañas

eu sofri muito bullying na escola. 

A imagem pode conter: 1 pessoa, sapatos, criança e área interna

xs coleguinhas se juntavam, me agarravam e me jogavam na lata de lixo. 
também tinha fama de sapatão sem nunca ter beijado na boca na vida.
eu defendia um menino da minha sala que era um gênio - tirava 10 em todas as matérias e tinha um dos corações mais puros que já vi. 
ele tinha algumas deficiências físicas e, às vezes, assoava o nariz na camiseta.
muitas vezes, por defendê-lo, tomava porrada dos meninos que o desprezavam.
no colegial, tinha uma garota da minha sala que todo dia escrevia na minha carteira “hoje você vai morrer”.
passei anos fugindo dela, com medo. 
no último dia de aula, ela apareceu pra dizer que >> me admirava (!!)
sem contar o time de futebol masculino que me dava umas bicas zoadas nas costas só para que eu, a única menina, saísse do jogo deles.
é gente. 
o ser humano é complexo. 
muy complexo.
e desde pequenininha eu já entendia isso.
quando a gente se deixa levar pelos grupos, faz coisas que nem deseja.
eu vi muita gente praticar bullying sem querer fazer aquilo. 
vi também os perversos, que faziam porque adoravam. 
tem de tudo. 
como na vida. 
cansada daquilo, inventei aos 13 anos um grupo de teatro. 
na escola em que estudei, “arte” significava colar macarrão na folha sulfite. 
por isso, teatro foi mesmo uma revolução. 
a peça que a gente fez deu tão certo que, no ano seguinte, a direção da escola derrubou a feira de ciências para instituir um festival de teatro. 
o que se viu foram 15 grupos independentes fazendo teatro naquele ano. 
foi incrível e uma prova cabal de que a pequena semente da luz brota sempre. 
hoje, adulta, gosto de pensar que aquele bullying todo era um jeito das crianças te machucarem porque elas desejam apagar a sua luz ou fazer parte dela! 
eu olho para trás e agradeço pois entendo que isso me fortaleceu. 
na época, sofri bagaray. 
mas entendi muito da vida adulta ali. 
e continuo acreditando que o amor sempre vence. 
nunca devolvi nenhuma porrada ou xingamento.
eu só levantei a cabeça e fiz a minha (p)arte, com amor. 
e continuo acreditando nisso. 
pra mudar o mundo, seja apenas você.
amorosamente. ❤️

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