Gilmar Mendes absolve Geisel
Habeas corpus do ministro mantém alma do ex-presidente vagando no limbo
Após mandar soltar Paulo Preto, operador do PSDB, e Milton Lyra, operador do PMDB, o ministro Gilmar Mendes concedeu habeas corpus para o ex-presidente Ernesto Geisel, operador do Doi-Codi.
Num documento recente descoberto pelo pesquisador Matias Spektor, Geisel é confrontado com relatos de mortes e torturas na ditadura militar e responde: “Tem que manter isso aí, viu?”.
Na decisão, Gilmar Mendes afirmou que Geisel não pode ser condenado porque foi submetido a constrangimento ilegal. “Na hipótese dos autos, houve abuso de poder por parte de Matias Spektor. Este sim um subversivo perigoso que pode ser condenado a qualquer momento”, escreveu o magistrado.
O habeas corpus de Gilmar Mendes mantém a alma de Geisel vagando no limbo até que seus crimes prescrevam.
O TWITTER DO GENERAL
A conta do general Villas Boas no Twitter está sob investigação. Na véspera do julgamento de Lula, Villas Boas publicou dois tuítes. Num deles, escreveu: “Asseguro à Nação que o Exército Brasileiro julga compartilhar o anseio de todos os cidadãos de bem de repúdio à impunidade e de respeito à Constituição, à paz social e à Democracia, bem como se mantém atento às suas missões institucionais”.
Analistas da conjuntura notaram que o militar não publicou uma linha sequer sobre o documento divulgado por Matias Spektor, cujo assunto enunciado no cabeçalho era: “Decisão do presidente brasileiro Ernesto Geisel de continuar a execução sumária de subversivos perigosos, sob certas condições”.
Há duas suspeitas. A primeira é que hackers comandados por Matias Spektor, agente subversivo que pode ser condenado a qualquer momento, teriam apagado os comentários do general sobre Geisel, no intuito de questionar a legitimidade do Exército de reconhecer seus erros.
A segunda recai sobre uma falha técnica generalizada causada pelo uso de expressões estranhas a uma Instituição que não reconhece os crimes da ditadura. “O uso de termos como ‘Democracia’, ‘Respeito à Constituição’, ‘Paz Social’ e ‘Repúdio à Impunidade’ no tuíte da véspera do julgamento de Lula pode ter causado um severo bug.
CONTADOR
>>>> Estamos trabalhando há 65 dias sem saber quem matou —e quem mandou matar— Marielle Franco.
Renato Terra
Roteirista e documentarista escreve coluna voltada à sátira jornalística
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