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quarta-feira, 30 de maio de 2018

Mais que 'credibilidade', Brasil pode perder 'contrato social'

Cobertura tenta compreender significado e impacto da greve dos caminhoneiros no país

Nelson de Sá 


Após dois anúncios frustrados de fim da greve dos caminhoneiros, jornais como Financial Times e Le Monde e agências como Bloomberg e Xinhua relutavam, na terça, em noticiar que o protesto estava acabando —até pelo contrário.

Já a Reuters tratou de destacar a nova “conferência para investidores e analistas” chamada pelo presidente da Petrobras, Pedro Parente, mas usou enunciados divergentes. No despacho em português, mais animador, “Imposto de importação de diesel ajudará Petrobras, diz Parente”.

No despacho em inglês, reproduzido por jornais como New York Times, “Petrobras has lost credibility - CEO”. A Petrobras perdeu credibilidade, segundo seu presidente.

Paralelamente, a sombra de intervenção militar chegou à edição impressa do NYT, com foto. Reportagem mostrando que o “cortejar de investidores” por Michel Temer trombava com a “contranarrativa” do desabastecimento destacou a professora da USP Laura Carvalho, colunista da Folha:

“O governo tentou vender que resolveu os problemas do país. Esta crise é prova de que nunca foi verdade.”

Ao fundo, a CBS entrevistou Alex Kliment, da consultoria de risco Eurasia, sobre os apelos de intervenção militar. Resposta:

“Essa história, na verdade, é sobre o colapso do contrato social no Brasil.”

BOLSONARO & ISRAEL

Em longa reportagem no Times of Israel, “Enquanto os evangélicos pedem para mudar de embaixada, ‘o Trump do Brasil’ diz que o fará se eleito”. O “presidenciável favorito” já anunciou que, como Trump, levaria a representação de Tel Aviv para Jerusalém. O Brasil estaria passando por “fenômeno social similar ao dos EUA”, com evangélicos, que apoiam a transferência, cada vez mais influentes sobre políticos como Trump e Bolsonaro.

GIL & BDS

Por outro lado, Jerusalem Post, Haaretz e outros israelenses destacaram que o músico Gilberto Gil cancelou um show programado para Israel —em “vitória para o BDS”, movimento que defende boicote, desinvestimento e sanções como forma de pressionar pelo fim da ocupação de territórios palestinos.

No canadense Globe and Mail, a dificuldade de conter o assédio sexual nas empresas brasileiras. Credito Reproducao

BEIJO CORDIAL

Em longo relato no canadense Globe and Mail (com a imagem acima), da correspondente Stephanie Nolen, "Brasileiros pressionam contra o assédio sexual - mas uma cultura de escritório repleta de ‘beijos’ torna complicado" conseguir progresso. Em suma, não seria preciso "parar de ser brasileiro", só "não abusar do poder".

Nelson de Sá
Na coluna Toda Mídia, jornalista aborda cobertura internacional.

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