Almanaqueiras: ou não queiras.

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terça-feira, 1 de agosto de 2017

Para um político com 5% de popularidade, qualquer oba-oba é lucro.

Um desfile de escola de samba pode custar R$ 8 milhões ou R$ 30 mil

Alvaro Costa e Silva 




Para um político com 5% de popularidade, qualquer oba-oba é lucro. Michel Temer recebeu uma embaixada das escolas de samba, antes da posse do novo ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão, que acenou com ajuda financeira ao Carnaval carioca. Ao menos, o presidente pôde respirar, por alguns minutos, o mesmo ar da graça da porta-bandeira Selminha Sorriso e guardar como lembrança um chapeuzinho da Portela –que a pastora Surica lhe enfiou na cabeça na hora da foto oficial.

Sá Leitão —nos tempos da universidade de jornalismo chamado de "Periscópio"— faz jus ao apelido tentando enxergar onde está o dinheiro para tocar a pasta da Cultura. Que dirá para as escolas de samba. Em entrevistas, o ministro tem usado o termo "crowdfunding", que em bom português significa vaquinha, mas que ele também prefere tratar por "economia criativa".

A promessa do governo é oferecer no total R$ 13 milhões, subvenção de que as grandes escolas nem precisam. Dá para fazer o desfile com menos recursos –e mais criatividade. Na época do rei Momo gordo, a campeã custava mais de R$ 8 milhões. Donde o R$ 1 milhão que o prefeito Marcelo Crivella lhes tirou sairá na água do chope —ou em novos patrocínios de empresas privadas.

Em sua campanha cavilosa para demonizar a festa, Crivella vai atingir diretamente os blocos de rua, maiores responsáveis por atrair os turistas à cidade. Mas, de novo, só aqueles blocos que não contam com esquemas milionários. Sofrerão, sobretudo, as escolas das últimas divisões do Carnaval, que se apresentam na estrada Intendente Magalhães, em Campinho. Essas agremiações, se gastam R$ 30 mil num desfile, gastam muito. Fora o suor e a alegria.

Será que Temer não topa —antes da votação da denúncia contra ele no plenário da Câmara— receber a brava rapaziada do Boi da Ilha do Governador?

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