Almanaqueiras: ou não queiras.

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terça-feira, 29 de novembro de 2016

Em momentos assim, não sei, acho que o natural, após o choque em si, é procurar pelos amigos.

 
Caio Barbosa

Em momentos assim, não sei, acho que o natural, após o choque em si, é procurar pelos amigos. Foi minha reação. As primeiras notícias na madrugada falavam em pouso forçado e sobreviventes, não em mortos. Ao ouvir isso, imaginei o piloto pousando o avião de barriga, mais com a parte traseira, onde normalmente ficam os jornalistas. E aí me veio à cabeça, não foi fácil, como estariam dois ENORMES amigos, não apenas colegas de trabalho, mas grandes amigos, de mais de década.

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Guilherme Van der Laars

Um deles, avesso a redes sociais, diferentemente do que possa parecer, é um queridaço, boa-praça toda vida, bem humorado, bom de resenha, ótimo jornalista, ótimo companheiro de profissão, ótimo pai, ótimo tudo. Guilherme Van der Laars foi um irmão que a vida me deu. Botafoguense fanático, gargalhada fácil, ótimo descobridor de pautas e de casos incríveis. Fomos concorrentes, eu pelo Lance!, ele pelo Extra, onde depois trabalhamos juntos, ele já como subeditor e incentivador único de todas as muitas pautas incríveis feitas por lá.


Todos que conhecem o Gui sabem o quanto ele devia estar superfeliz com a viagem, pela paixão que tem pelo jornalismo, pelas histórias bem contadas, por fazer diferente. A gente tinha, digamos, muita afinidade "futebolística". Adorávamos o que fazíamos, juntos ou separados. E comemorávamos juntos as vitórias um do outro.

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Paulo Julio Clement.

Outro foi o Paulo Julio Clement. Quem me visita aqui sabe que o PJ era figurinha fácil neste espaço. Mais que um grande jornalista esportivo, PJ, de quem fui leitor desde moleque, virou amigo. Tricolor como eu, era parceiro de transcender o futebol. Era companheiro de indignação em relação a tudo. Ao Fluminense, à política, à degradação das relações humanas. Rezávamos na mesma cartilha em todas as esferas da vida.

Recentemente nos esbarramos mas não o vi. Fui levar Júlia à escola, e um carro parado na calçada danou a buzinar. Um maluco gritava: "Caio...Caio!". Não vi quem era, os vidros eram "insufilmados". Não sabia quem estava dentro. Deixei Júlia no colégio, olhei o celular e lá estava, no whats app:
"Porra, tá marrento pra caralho. Nem fala mais com os amigos na rua. Já foi mais humilde... hahahaha".

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Victorino Chermont

É assim que quero me lembrar dessa turma, bem como do Victorino Chermont, outro super boa-praça com quem tive o prazer de dividir pautas e viagens por mais de dez anos. Sempre que o via, me perguntava qual era "a nova", referindo-se a algum causo, piada, zoeira que eu pudesse ter na manga para que a gente morresse de rir juntos.

Preciso dividir com vocês essas boas lembranças, senão não vai dar para continuar hoje, e porque eles merecem.

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