Almanaqueiras: ou não queiras.

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quarta-feira, 26 de outubro de 2016

é tudo o que eles querem, linda.

   
Wilson Gomes

O fato é que há muito, muito ódio ao Estado, à burocracia estatal, ao funcionalismo público. Um ódio profundo, arcaico, motivado e ativo. Sim, todo dia um setor do Estado, um controlador de acesso aos serviços público, um funcionário público apronta alguma para justificar e atiçar esse ódio social. Abundante e acessível, é uma reserva a ser usada politicamente em época de crise. 

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Vê-se o Estado como hostil à sociedade, entende-se que o serviço público é formado por pequeno tiranos do guichê, que nem competentes são, que tudo é privilégio, preguiça e greves por mais privilégios, inclusive o de não responder pela consequência das greves.

Neste quadro, como pode ser surpreendente que uma emenda à Constituição com o vistoso nome de "controle do gasto do público" (mas já se chamou "punição aos marajás") navegue em céu de brigadeiro no Congresso, nos jornalões e na opinião pública? Meus amigos, deem-se por satisfeitos que a proposta não seja de imediato "corte de salários dos funcionários públicos" - o apoio popular viria caudaloso do mesmo jeito.

Enquanto isso, que tal mais uma greve ou bloqueio para aumentar a antipatia social, alimentar o desprezo e a inveja sociais e dar ideias ao governante de plantão? A reforma da Previdência está às portas, vamos dar uma força para que consiga ainda mais apoio da opinião pública. Uma greve por tempo indeterminado já! Por favor, brava e destemida esquerdinha convencional, nunca lhe pedi nada, linda.

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