Almanaqueiras: ou não queiras.

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terça-feira, 1 de outubro de 2013

Deu no Blog do Adjamilton Pereira...


A Briga pela Água no Sertão e o verdadeiro nó da questão



Enquanto os políticos de Sousa e Cajazeiras brigam pela liberação da pouca água ainda existente no nosso principal manancial- (a Barragem de Engenheiro Ávidos, ou Boqueirão de Piranhas), enquanto os peixes morrem no rio Piranhas, em virtude da falta de água no seu leito, fato que havia sido registrado uma única vez em 77 anos, quase ninguém aborda o cerne da questão, que gerou toda esta problemática, que foi a liberação desordenada da água, ou o fato de que não deixaram, na época invernosa, o açude atingir o seu volume máximo de acumulação de água, justamente por conta dos problemas existentes na sua estrutura, gerados a partir de um evento tectônico, que poderá repetir o lamentável ocorrido com a barragem de Camará, em 2004.

Tal qual João Batista, pregando solitariamente no deserto, o engenheiro de minas, o sousense Francisco Braga Rolim – (Dr.Catonho), vem alertando as autoridades e a população quanto aos riscos de rompimento da Barragem Eng° Ávidos, pois segundo o especialista, o evento tectônico foi suficientemente forte para afetar a configuração original do ambiente geológico onde foi construída a barragem, explicando “que a colossal ação das forças endógenas, fez a reconfiguração do relevo, fragmentando as rochas na área e tornando o ambiente instável e capaz de transmitir tensões (pequenos abalos) para a estrutura da barragem, causando abatimentos, buracos e rachaduras no maciço”.

O mais grave é que as autoridades parecem não ter uma preocupação efetiva com o problema, pois mesmo com a disponibilização de recursos na ordem de R$ 23 milhões para a recuperação da barragem, existem dúvidas, de acordo com o Dr. Catonho, no que se refere à segurança da barragem, pois, segundo ele, “não é novidade para muitos técnicos, algumas autoridades e parte da população mais atenta ao assunto que as soluções convencionais que tentaram resolver o problema da instabilidade da Barragem Eng° Ávidos já foram utilizadas, todas sem sucesso. Ou seja, as tentativas visando garantir que a barragem fique de pé, desde que se permita ela ficar completamente cheia, infelizmente, todas foram malogradas. Então, existe um problema muito sério, e mais grave, que precisa de muita atenção, evitando-se torrar novamente dinheiro público em opção que, sendo usual e convencional diante da complexidade da questão em pauta, pelo visto, tem pouca ou nenhuma chance de não resolver o problema existente”.

O engenheiro Francisco Braga Rolim vai mais além, ao reafirmar o grave problema estrutural na barragem de “Boqueirão de Piranhas”, ao explicar “que mesmo não admitindo os fatos, fica evidente que muita gente teme pela ruptura da estrutura do maciço, e por isso, foram liberados volumes de água, muitas das vezes sem critério, e a ponto de deixar a região do sertão paraibano sem reserva hídrica para fornecimento de água, como se vê nesta neste mês de setembro de 2013, simplesmente porque confiaram que haveria chuva e acumularia grande volume de água no reservatório da barragem. Então, com receio de colapso, abriram-se as comportas, permitindo liberação de grande volume de água que não foi reposto pela chuva. Como resultado, a região passa por um inesperado dilema, nunca antes vivenciada: o conflito pelo uso da água, que pode se tornar ainda mais sério, prejudicando toda região”.

Uma tragédia, previamente anunciada, pode ser evitada, basta que os políticos da Paraíba e as autoridades ligadas área, busquem resolver o problema com a clareza e a rapidez que o caso requer e é prudente lembrar que, dentre as quatro barragens idênticas construídas no mundo, essa é a última, pois as demais já desmoronaram.

Fonte - Blog do ADJAMILTON PEREIRA

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